E então chega aquele dia em que ela nasce. Ou renasce? Quem era ela antes do seu filho vir ao mundo?
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Os primeiros anos de vida de um bebê, principalmente do primeiro filho, são também os primeiros anos de uma mulher no papel de mãe.
E é então que todos à sua volta não a veem mais como aquela mulher única que existiu uma vez, mas que está lá, se escondendo atrás de toda a função materna: ser alimento, colo, segurança, aconchego…
Uma jornada de doação integral sem precedentes, sem manual, onde se aprende com o tempo, entre erros e acertos, em meio ao turbilhão de emoções que chegam sem aviso, e, sem ter certeza de que aquela mulher que um dia existiu ainda está lá, ela se pergunta quando foi que ela se perdeu de si mesma.
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Não resta mais nada senão acolher-se.
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Redescobrir-se novamente como mulher, como alguém que tem seus sonhos e suas próprias vontades é um grande desafio, requer uma boa dose de autoconfiança e saber posicionar-se é essencial. Afinal, é esperado que ela continue no seu papel materno integralmente e dali não saia.
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Em algum momento, é um anseio que desperta. E ele chega, para todas. Para cada mulher, no seu tempo, no tempo de seu bebê.
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É verdade que não é possível retomar a vida em todos os aspectos em que ela foi pausada, pois aquela mãe que nasceu tomou o lugar daquela mulher que um dia estava ali. Algumas coisas simplesmente mudam. Outras porém, estão entranhadas no ser e é preciso retomá-las pois fazem parte de quem você é como pessoa, seja como mãe, mulher ou profissional.
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Além do papel de mãe, existe uma mulher que quer desempenhar outros papéis. E é por isso, que quando vemos uma mulher retomando outros aspectos da sua vida, seja profissional, pessoal, seus hobbies, seus sonhos, todas e todos nós temos um papel também: o de ser apoio.
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Afinal, se coração de mãe sempre cabe mais um, há de haver espaço para ela mesma.
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Texto: Aline B. Sudo
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